quinta-feira, 14 de março de 2013

O Retrato de Dorian Gray


    Uma beleza pura encontra-se em monotonia pousando para um retrato que eterniza sua jovialidade e reflete a transformação de sua alma. O artista Basil Hallward executou sua obra prima “O Retrato de Dorian Gray”, nela a extraordinária beleza, abalou o próprio modelo, que num primeiro momento passou a admirar e depois odiar sua bela juventude eternizada pelos traços do pincel. A partir daí, o jovem Dorian Gray se vê corrompido pelos pensamentos capciosos até então de seu recente amigo Lord Henry Wotton, que causa ciúmes em Hallward. Munido de argumentos concisos Lord Henry é capaz de desvirtuar o mais puro dos corações. A influência perigosa do aristocrata instiga Dorian a viver os prazeres que juventude proporciona conduzindo-o para um futuro “ideal”, mas pagando um alto preço por este idealismo.  A arte do homem que é eternizada contrapondo com a arte da natureza que segue seu ciclo finito, provocando apreciações e sentimentos de injustiça na deterioração do belo que não é eterno. Além de constantes críticas do comportamento aristocrático inglês faz desta obra uma inquietude da alma. Esta que conforme os atos perversos de Dorian vão corroendo a sua bela imagem retratada, fazendo do retrato um espelho visível na transformação de sua essência. Fato que o faz trancafiar a obra impedindo todos até o próprio artista de vê-la, com medo de que todos depreciem sua verdadeira imagem. A beleza superficial do ser, admiração excessiva pelo mesmo sexo, paixões corrosivas, amores e mortes, incrementam uma narrativa trágica do ser humano, acompanhado dum final que nem sempre é “feliz”.  Certamente, isto vem a aclarar porque esta é uma das melhores obras de Oscar Wilde e porque ele foi um dos melhores autores da Era Vitoriana e é um dos maiores autores da Literatura Inglesa. 

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