quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Uma obra "desbocada"


      Feliz Ano Novo é mais uma obra “desbocada” de Rubem Fonseca. Lançado pela primeira vez em 1975 o livro já foi censurado e recolhido durante a ditadura brasileira. Neste livro o autor vai traçando um perfil de classes no cenário carioca, a diversidade das personagens da classe alta e baixa vão contrastando conto após conto com uma visão de cultura, arrogância e perspectiva de vida. A violência, o sexo e o palavreado chulo compõem uma realidade vivida por todos, mas que ignoramos e nos fazemos de surpreendidos quando lemos determinado contexto exposto nesta obra. O “choque” desta leitura é a acida crítica do comportamento social em que nos identificamos ou compartilhamos, daí podemos começar a entender o autoritarismo do regime de 75 sobre o livro. A obra é um emaranhado de pequenos textos que exploram algumas estruturas da oralidade e escrita, ora formal, ora coloquial, com ricas descrições sem deixar espaço para o tédio e conduzindo sempre o leitor a uma reflexão no final de cada conto. O livro começa pelo violento conto “Feliz Ano Novo” e termina com “Intestino Grosso” uma espécie de desabafo sobre as críticas que um autor recebia por suas obras serem “pornográficas”. Sendo ou não o desabafo do próprio autor, “Intestino Grosso” discute qual seria o “verdadeiro” sentido da pornografia e com que devemos realmente nos preocupar. Portanto, “Feliz Ano Novo” tem uma crítica atual integrando sua importância para literatura brasileira, fazendo de Rubem Fonseca um gênio na arte da escrita que merece ser lido.  

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