terça-feira, 22 de outubro de 2013

ZAZ

Uma cantora francesa vem “perturbando” meus dias. O vício é tão grande que chego dormir e acordar com Isabelle Geffroy, ou melhor, Zaz cantarolando em meus aparelhos eletrônicos. Ela goza de fama principalmente na Europa desde seu primeiro single "Je veux" lançado em 2010, do qual compõe o álbum “ZAZ” de mesmo ano. Em 2013 ela volta à ativa com “Recto Verso” com catorze musicas, e mais três bonus track. O primeiro single trabalhado foi “On ira”, logo em seguida ela lançou “Comme ci, comme ça” e o seu mais recentemente a bela música “Si”. A essências de suas letras refecem a críticas sociais, amorosas e auto-reflexivas, e a qualidade sonora de seus arranjos somados a sua voz e interpretação ora doce, ora dramática justifica este meu vício de escutar sempre ou quase sempre Zaz

A Canção de Aquiles

A escritora americana Madeline Miller frequentou a Universidade de Brown, na qual obteve seu bacharelado e mestrado em latim e grego antigo. Ela também estudou na Universidade do Comitê de Chicago em Pensamento Social, e na Escola de Artes Dramáticas de Yale, em que se concentrou na adaptação de textos clássicos a formas modernas. Não é de se espantar que seu primeiro romance “A Canção de Aquiles”, configurou na lista de best-sellers do New York Times e foi traduzindo para mais de vinte idiomas. O livro também foi o vencedor Orange Prize 2012, além da indicação no Stonewall na categoria melhor escritor do ano.
O livro “A Canção de Aquiles”, é composto por trinta e três capítulos, incluindo no final da obra um glossário de personagens totalizando 390 páginas de um mergulho na história grega enraizada na Ilíada de Homero. A versão em português da obra foi publicada pela Editora Jangada, na qual o tradutor é Gilson César Cardoso de Sousa.
Nesta narrativa acompanhamos o personagem Pátroclo que é um príncipe exilado pelo próprio pai. Ele era desdenhado pela maioria das pessoas, e em seu exilio Fítia constrói uma um sentimento que vai além de uma grande amizade. Eis que surge o imponente e ainda adolescente Aquiles, admirado por sua beleza e força, proferido como o maior guerreiro da Grécia.
Uma amizade que incomoda Tétis (ninfa marinha), mãe de Aquiles, pois, seu grande temor é que o envolvimento dele com o exilado deturpassem a glória e fama revelada na profecia. Mesmo com várias investidas de Tétis para separa-los a amizade se estreitava cada vez mais, construindo laços íntimos entre dois homens.
Até que surge uma guerra, uma das mais famosas da mitologia grega. A Guerra de Tróia vem como uma estamparia deste romance, para agregar ainda mais novos conflitos internos e externos das personagens. É a tão esperada guerra que dará a Aquiles a glória e fama, mas também trará uma grande perda, e consequentemente sua própria morte, após seu duelo com o maior guerreiro de Tróia, Heitor.  
Um momento épico da mitologia grega é a Guerra de Tróia e o duelo entre Heitor e Aquiles. Então pensei: mais um livro sobre a guerra entre gregos e troianos. Só que estava enganado, pois, esta narrativa desenvolveu nos bastidores gregos, do que a guerra em si. A Canção de Aquiles mostra o outro lado do guerreiro, um lado culto e sensível. Miller escreve de uma forma envolvente repleta de referência da obra de Homero e ao mesmo tempo chocante exatamente pela construção dos personagens principais e o envolvimento íntimo deles. Por fim, é uma leitura fácil e prazerosa. 

sábado, 7 de setembro de 2013

Admito

Amo-te como nunca amei ninguém.
Ainda que se tenha passado
Muitos anos,
Revelo-te,
Te amo.

Entretanto, não te tenho.
No desespero busco em outros
Encontra-te,
Não te encontro.
Ainda te amo.

Reprimir-me deste sentimento
É negar meu desejo
De te querer,
Sabendo
Que não me quer.

Vou movendo,
Em um fingimento
Bloqueando anseios,
Respirando sofrimentos,
Negando possibilidades.

Admito
Que te amo,
Mesmo ciente
Que não me ama.
Amo-te como nunca amei ninguém.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Miss Emerald

       Seria possível mesclar Pop com Mambo e Jazz? A holandesa Caro Emerald provou que sim! Com seu visual retro, bem como sua sonoridade viciante que envolve uma voz doce e com muita personalidade. Sua jornada na carreira musical começou com um convite sem grandes pretensões para gravar "Back It Up". A música combinava pop e jazz somando ao tempero latino, e alcançou o top 20. O estilo retro permaneceu no seu primeiro álbum "Deleted Scenes From the Cutting Room Floor" impulsionando o single "A Night Like This" nos primeiros lugares da parada europeia e configurando Caro Emerald com uma sonoridade única e de extremo bom gosto. O seu segundo e mais recente trabalho “The Shocking Miss Emerald” mantém sua linha de sucesso com 14 faixas, das quais podemos conferir “One Day”, “Tangled Up” que tem uma leve sonoridade de tango e virou o primeiro single deste trabalho, “Completely” que particularmente é a minha preferida, “Liquid Lunch” o segundo single, “Excuse My French” e “My 2 Cents”. Podemos notar em algumas letras presença da ironia, além de uma carga de melodrama do amor e do universo feminino, mas sem cair no marasmo convencional do universo pop atual. O álbum em seu todo é muito bom, vale a pena escutar e colocar no repeat. 


sábado, 24 de agosto de 2013

Cordel

O sabiá do sertão
Faz coisa que me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Como que se preparando
Pra só cantar quando chove. 

(Biu Gomes)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

"Será que o que vou dizer é uma loucura?"


A Editora Gente recentemente lançou o selo Única que promete provocar experiências com histórias que emocionam e cativam o leitor. Um dos primeiros livros a ser lançando é Garota, interrompida do qual o título original é Girl, interrupted de Susanna Kaysen. Este livro ficou amplamente conhecido depois de sua adaptação para o cinema 1999 que tinha em seu elenco atrizes de peso como Winona Ryder, Vanessa Redgrave, Whoopi Goldberg e a Angelina Jolie que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Mas voltando para o livro que chama sua atenção por sua capa rosa fluorescente, podemos inferir somado ao seu título, uma obra direcionada para o público feminino, só que estas aparências nos enganam. O livro de 190 páginas é dividido em tópicos que se rementem a lembranças de Kaysen durante seu período de internação. Podemos tirar o primeiro fato interessante que compõem a obra, uma jovem de 18 anos é internada e publica suas recordações em forma de livro. Por ser organizada em tópicos a obra ganha ritmo e intensidade facilitando a leitura sem deixar-nos cair no tédio. Outro ponto interessante é a personalidade de cada uma das personagens, que ora nos faz crer que realmente são “loucas”, ora fingem serem “loucas” para se protegerem. A autora em sua narrativa descreve suas vivencias no Hospital McLean da qual foi internada voluntariamente após uma tentativa de suicídio. Durante sua internação conheceu outras jovens de sua idade e a partir daí suas histórias ganham momentos de surtos e graça mostrando o um lado “humano” da loucura. A visão de uma paciente sobre um hospital psiquiátrico desde seus pacientes e suas estruturas até seus funcionários (médicos, enfermeiros), torna-se uma narrativa viciante. O livro também cita pensadores como Freud, e pintores como Fragonard, Rembrandt e Vermeer, e uma passagem muito interessante intitulada “mente x cérebro” em que a autora explica brevemente o processo biológico do funcionamento cerebral. Por fim, quando terminei a fascinante viagem de Garota, interrompida uma frase me veio na mente, “quando um louco parece completamente lúcido é o momento de colocar-le a camisa de força” Edgar Allan Poe e encerro com este gênio minha reflexão sobre este intrigante livro.  

terça-feira, 23 de julho de 2013

The Help

       O filme Histórias Cruzadas (The Help) mostra a rotina americana de patroas e empregadas. Esta distinção fica bem definida entra as raças e consequentemente o preconceito racial americano. Ambientado na década de 60, no estado do Mississippi, acompanhamos as histórias das personagens como a futilidade e o falso moralismo das patroas, em contra partida o tratamento muitas vezes humilhante que sofriam as empregadas. Poderia retratar esta relação apenas com um desnível social entre as classes, mas o preconceito racial sobressai nestas diferenças desencadeando conflitos, tristezas e alegrias. As histórias entrelaçam quando uma jovem recém-formada arruma um emprego no jornal local, mas seu grande sonho era virar uma escritora. Então surge a ideia de escrever um livro sobre a relação patroa/empregada, mas sobre a visão das empregadas. A missão torna-se difícil, pois temendo perseguições e o desemprego as mulheres negras se recusavam a contar suas histórias, até que Aibileen (Viola Davis) resolveu contar a sua e devido às outras decorrências Minny (Octavia Spencer) passou a contar a sua também, que alias rouba as cenas com seu temperamento, protagonizando muitas cenas cômicas com a sua nova patroa Celia Foote (Jessica Chastain). Um filme emocionante e chocante para refletir sobre a visão humana em relação ao outro independente da posição social e raça. 

sábado, 20 de julho de 2013

Dia do Amigo

O dia do amigo pode ser
Um dia, 
Uma semana, 
Um mês, 
Um ano, 
Um punhado de anos. 

Tenho como amigos 
Os que falam e hablam; 
Os distantes e os próximos; 
Os diários, 
Os semanais, 
Os mensais, 
Os anuais 
E os constantes. 
Mesmo assim, 
Tenho poucos amigos. 

Amigos "humanizados", 
Que erram; 
Que acertam; 
Que machucam; 
Que trazem felicidades; 
Que trazem tristezas; 
Que criticam; 
Que elogiam; 
Que não são perfeitos 
E ainda bem que não são.
Porque seriam muito chatos se fossem.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Decepção

O gosto açucarado dos meus desejos
Amargaram com seus ensejos.

O choro contido de mais uma decepção,
Inundou meu espírito em desolação.

O sentimentalismo deturpado
Infestou-me como um fardo.

Amargando meu ser,
Inundando em minha tristeza

Infestado de um vazio. 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Bruja Mala?


O novo trabalho de Mala Rodríguez intitulado “Bruja” foi lançado nesta semana, mas precisamente no dia 18 de junho na Espanha. Mala em suas entrevistas justifica o título de seu novo trabalho, para ela Bruxa é “uma mulher livre e sábia”, e complementa “é como me sinto”.  A associação de bruxa como algum ruim pode-se justificar preceitos cultivados na Idade Média, em que as mulheres “livres” e sábias eram acusadas de praticas de bruxaria e condenadas a morte. Uma visão que sustentamos até hoje, com a significação “negativa” que essa palavra traz desde esta época. Já a cantora espanhola afirma “todas as bruxas são boas”. O álbum segue conceitos sustentados em trabalhos anteriores enaltecendo o feminismo, críticas sociais e a liberdade. Divididos em 13 faixas, das quais algumas vêm circulando pela internet nos últimos tempos como “Hazme Eso”, “La Rata”, “Caja de Madera” e a “Quién Manda”. Certamente Bruja vem para superar o sucesso de “Dirty Bailarina” e expandir ainda mais sua carreira musical pelo mundo. O seu primeiro single a ganhar videoclipe é “33”, em que Mala tem uma performance agressiva bem condizente com a letra desta música, que aborda questões da fé, educação e comportamento dos seres humanos.


domingo, 2 de junho de 2013

De quanta terra precisa o homem?

Um conto do grande escritor russo Liev Tolstói, no qual recria uma narrativa de um homem ganancioso que tem como objetivo possuir mais terras. Um ponto interessante é o espaço que este conto abre para discussões entre a vida no campo e na cidade, ambas com suas vantagens e desvantagens. A parir daí eis que surge o pensamento "Se eu tivesse muita terra, não temeria nem mesmo o próprio diabo", e o próprio demo instiga este desejo de sempre querer mais. Seria o diabo uma representação deste capitalismo desenfreado que todos nos possuímos? Seria uma critica aos valores do homem? Certamente podemos fazer uma alusão ao consumo de massa que vivenciamos no modelo capitalista, nos conduzindo numa reflexão de até que ponto vale cultivar nossa ganância para obter, ter, o poder, o dinheiro? Tolstói demonstra que o custo pode ser alto de mais, como o desfecho desta narrativa. As ilustrações De quanta terra precisa o homem? fica por conta do chileno Cárcamo, que retratou com perfeição os camponeses russos do século XIX, dando mais um bom motivo para embarcar nesta narrativa do qual tem o título questionador, em busca de uma resposta surpreendente. 

sábado, 1 de junho de 2013

MAMA

      Para quem já se impressionou com o belo Labirinto do Fauno e o Não tenha Medo do Escuro, ambas com a mão de Guillermo del Toro entre outros sucessos deste cineasta mexicano, pode traçar vários pontos em comum, como por exemplo a figura da criança que estas narrativas desenvolvem.  Mama que demonstra algumas cenas “clichês” ao mesmo tempo tenta mostra-las sob uma nova ótica, nem sempre original, mas certamente impactante. O filme trabalha com a estrutura familiar, mais focado na relação mãe e filha. Uma sucessão de fatos que vão abalando e reestruturando estes laços, aflorando sentimentos que até então eram praticamente inexistentes, ou desconhecidos pelas personagens. A ‘maldade’ dos homens, perdas, ciúmes, mortes e um trabalho com o lúdico tenebroso chamam a atenção para este filme tanto na sua narrativa, quanto nos efeitos visuais característicos nos produções de d’Toro. Outro importante destaque foi a excelente atuação das meninas Isabelle Nelisse (Lily) e Morgan McGarry (Victoria), além da atriz Jessica Chastain (Annabel) que dispensa qualquer comentário. Quem assina a direção e o roteiro de Mama é Andres Muschietti que foi no baseado em seu próprio curta. A trilha sonora ficou para o encargo do espanhol Fernando Velázquez que realizou um trabalho impecável e de extremo bom gosto. Por fim, Mama é um filme que vale a pena ver por toda competência que Guillermo del Toro vem mostrando no decorrer de sua carreira. 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O Dia do Índio


       O índio brasileiro antes de tudo é um cidadão brasileiro, mesmo contendo na sua história uma série de injustiças, perseguições e mortes causadas em grande parte pelos nossos colonizadores, ainda é um cidadão. E como este deve obter direito e deveres, bem como os outros brasileiros (brancos, negros, amarelos). O Dia do Índio, portanto deve ser celebrado pela história e cultura do próprio e relembrando que ele tem o direto garantido pela constituição, mas e seus deveres? Não podemos trata-lo como um artigo de museu preservando sua cultura e fechando os olhos para seus crimes. O índio deve ser respeitado, bem como todos os nascidos neste país. Ele deve ter sua cultura preservada, bem como os nortistas, sulistas, caipiras e etc. Deve ser julgado, bem como todos os outros brasileiros que cometem furtos, assassinatos entre outros crimes. Devemos respeitar os indígenas não somente por serem determinados assim, mas por integrar uma parte de nossa cultura e nossa nação. O índio é brasileiro como você, como eu e deve ser julgado como tal somos. 

sábado, 30 de março de 2013

Exclusivo!

       Domino Saints é uma dupla de Pop/Urbano de San Juan, Puerto Rico formada em 2007 por Giselle Ojeda e David Leal. Lançaram seu primeiro trabalho em 2009 em que a música "Buenos Días San Juan" virou hit em Puerto Rico e nos Estados Unidos. O duo que mescla o hip hop, dancehall um reggae “mais acelerado”, com sons eletrônicos, sem deixar de lado as raízes latinas do caribe, associado a um visual excêntrico e com boas melodias. Em 2012 voltaram na ativa com o single "Malas Mañas" e recentemente com o single “Exclusivo” é praticamente um convite para dançar, e que tem tudo para fazer sucesso inclusive em solo brasileiro, se não fosse a restrita abertura das novas tendências musicais latinas, bem como os artistas latinos como estes dois porto-riquenhos.  

sexta-feira, 29 de março de 2013

A história da ninfa Eco



       Eco falava e inventava muito, causando uma grande irritação na deusa Hera (esposa de Zeus) que a condenou.  O castigo consistia em apenas repetir os últimos sons que escutava. Deste modo ela não mentiria mais, pois só poderia reproduzir o final da fala dos outros. Certo dia Eco saiu para caçar, quando deparou com Narciso, neste momento a ninfa apaixona-se perdidamente por ele. Mas devido o castigo de Hera a ninfa só poderia falar depois dele e por reflexão do som. Narciso perdido na mata começou a chamar por algum de seus companheiros, com a esperança de obter alguma resposta. Esta que veio pela ninfa Eco, mas não encontrando ninguém ao seu redor ele tornou a gritar “então juntemo-nos”, ela muito contente repetiu “juntemo-nos” e apareceu. Desapontado por não ser um de seus companheiros Narciso questionou a ninfa “pensa que eu te amo?”. Eco desapontada foi obrigada a repetir “eu te amo” e fugiu desesperada. A partir daí foi-se definhando em tristeza até ficar pele e osso. Ciente deste ocorrido Zeus interveio transformando-a em pedra, para que assim sua voz permanecesse no mundo reproduzindo as ultimas notas, pois o som dá de encontro com um obstáculo e volta para trás gerando o “eco”, que tem esse nome exatamente por causa da ninfa Eco.

Referência bibliográfica:

LOBATO, Monteiro. Os doze trabalhos de Hércules. 2ª Ed. São Paulo: Globo, 2011. 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Sidrato e o Homem do além - da saga de um assassino


     Em Sidrato e o Homem do Além: dasaga de um assassino, João Evangelista nos traz um contexto bastante amplo quando se trata de fenômenos sobrenaturais. A primeira criação literária do autor compõe entre as novidades da Editora Baraúna. Distribuídas em 24 páginas, acompanhamos Sidrato em busca de respostas diante da morte de seu pai. Um ocorrido que se torna uma missão de honra para ele. Em contra partida, o causador de tanto sofrimento levado pela culpa, refugia-se no seu próprio mundo vivendo de penitência em busca do perdão divino, mas Sidrato quer vingança. O amor pelo seu pai torna o encontro com o assassino uma situação bastante complexa exigindo um equilíbrio emocional. Uma emoção que transcende as barreiras do infinito, vão além da imaginação para alcançar espaços perdidos nos valores familiares, sendo que esses são essenciais para uma boa convivência. E é nesta envolvente narrativa que o autor pretende nos conduzir para a imaginação e refletir sobre os laços familiares existentes. 

terça-feira, 26 de março de 2013

Doente de Amor


A doença invadiu o corpo inflamando de dor e horror
O pus que expele o mau cheiro de uma alma pecaminosa
Que aventura-se em reverter um irreversível quadro.

Uma obra que se desfigura com o decorrer do tempo,
Condenada a pagar mais pelos erros do que pelos acertos,
Na tentativa de aquietar o passado, para não estragar-se o futuro.

Mas o corpo está terrivelmente adoentado,
Inflamações explodem sem tréguas em todas as partes,
De tal forma que fica inviável evitar o fedor exalado.

A doença instalada no coração se alastrou.
Invadiu o corpo expondo a vulnerabilidade,
De um ser que execrado pela falta do seu amor. 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Kisses Down Low


     Kelly Rowland irá lançar seu quarto trabalho solo intitulado “Talk a Good Game”.  Apesar de não ter uma data confirmada a cantora já havia dado uma prévia do que vem por aí com o videoclipe “Ice” com a participação do rapper Lil Wayne no final de 2012. Recentemente lançou mais um single deste álbum a música “Kisses Down Low”, com uma letra provocante, bem como um vídeo em que a cantora abusa dos visuais lembrando vagamente outras cantoras como Nicki Minaj, Beyonce, Tony Braxton, Mary J. Blige entre outras. Poderia até ser uma homenagem ou referência a "Year Of The Woman“, que inicialmente intitulava esse álbum. O  novo videoclipe mantém a linha sexy do anterior “Ice” e segue bem fiel ao Rhythm and Blues (R&B), ritmo que a consagrou no grupo Destiny’s Child. A cantora depois de passar pelo pop e sons mais agitados em parcerias de Dj’s como David Guetta em trabalhos anteriores, regressa as origens do R&B gerando uma grande expectativa para os apreciadores deste gênero. Acredito que o grande desafio de Kelly Rowland é sair da “sombra” do grupo e consagrar-se realmente como uma cantora solo, assim como fez sua parceira de grupo Beyonce. Potência vocal e ritmo ela já vem mostrando que possuí então o que falta? 


quinta-feira, 14 de março de 2013

O Retrato de Dorian Gray


    Uma beleza pura encontra-se em monotonia pousando para um retrato que eterniza sua jovialidade e reflete a transformação de sua alma. O artista Basil Hallward executou sua obra prima “O Retrato de Dorian Gray”, nela a extraordinária beleza, abalou o próprio modelo, que num primeiro momento passou a admirar e depois odiar sua bela juventude eternizada pelos traços do pincel. A partir daí, o jovem Dorian Gray se vê corrompido pelos pensamentos capciosos até então de seu recente amigo Lord Henry Wotton, que causa ciúmes em Hallward. Munido de argumentos concisos Lord Henry é capaz de desvirtuar o mais puro dos corações. A influência perigosa do aristocrata instiga Dorian a viver os prazeres que juventude proporciona conduzindo-o para um futuro “ideal”, mas pagando um alto preço por este idealismo.  A arte do homem que é eternizada contrapondo com a arte da natureza que segue seu ciclo finito, provocando apreciações e sentimentos de injustiça na deterioração do belo que não é eterno. Além de constantes críticas do comportamento aristocrático inglês faz desta obra uma inquietude da alma. Esta que conforme os atos perversos de Dorian vão corroendo a sua bela imagem retratada, fazendo do retrato um espelho visível na transformação de sua essência. Fato que o faz trancafiar a obra impedindo todos até o próprio artista de vê-la, com medo de que todos depreciem sua verdadeira imagem. A beleza superficial do ser, admiração excessiva pelo mesmo sexo, paixões corrosivas, amores e mortes, incrementam uma narrativa trágica do ser humano, acompanhado dum final que nem sempre é “feliz”.  Certamente, isto vem a aclarar porque esta é uma das melhores obras de Oscar Wilde e porque ele foi um dos melhores autores da Era Vitoriana e é um dos maiores autores da Literatura Inglesa. 

terça-feira, 12 de março de 2013

Quem sou eu?

Um crítico sem crítica, 
Um louco sem loucura,
Um faminto sem fome, 
Um bêbado sem bebida, 
Um apaixonado sem paixão.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Desvirtuado Amor


      Na penumbra da noite, um homem exausto regressava para casa, vinha caminhando lentamente, pensando nos infortúnios da vida. Deparando de frente para a sua porta parou por uns instantes desejando a própria morte. Sua mulher com um sorriso no rosto o esperava com a janta na mesa. Sem lhe dirigir uma palavra foi direto para o quarto. Estranhando o comportamento do marido, ela o seguiu, até que parou no batente da porta. Observava seu rosto magro com grandes olheiras e notava sua palidez e sujeira atípica, enquanto se despia ao lado da cama. Ao notar que era observado lançou um sorriso relevando a podridão de seus dentes, e com um lento gesto a chamou para junto de si. O corpo suado liberava um perfume desagradável no ar. Conforme aproximava dele o ingrato cheiro de carniça penetrava em suas narinas. A repulsa de um abraço foi imediata, mas ele a segurou pelos abraços, puxando-a em direção ao seu corpo fétido e num forçoso gesto a beijou. O mau cheiro somado ao gosto podre de seu hálito impregnava-a, causando-lhe náuseas, tornando-a suja como ele. Lagrimas corriam de seus olhos que vislumbravam o excremento de homem que havia se casado. Abruptamente sentiu seu corpo ser jogado na cama, o grito foi abafado pelo vomito que escorria de sua boca. O nojo desta situação o excitava ainda mais.  Quando ela se recompôs, o peso do marido já estava sobre si, não dando tempo para evitar a violenta penetração. O horror de seus olhos o excitava ainda mais, que tamanha excitação segurou-a pela cabeça e começou a bater contra a cabeceira de ferro corroída. Conforme a penetrava, mais fortes eram as pancadas, até que fendas de sangue trilhavam por sua nuca sujando a fronha branca com bordado inglês. Ele possuído por um violento apetite sexual, ela almejando o final de tudo. Com uma última batida, um gemido de prazer e o desejo de ambos são alcançados.  O marido aliviado de seu tesão não deu conta da esposa morta ao seu lado. Ele deu as costas caindo em um profundo sono e ela imóvel na cama sem respirar.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

"Lê, lê”, “Bará, bará”, “Tchu, tcha”, “Tchê, tchê” e “Parapapá”


    O sertanejo universitário deveria se chamar sertanejo “maternal”. A decadência deste estilo musical é constante. Letras do tipo “lê, lê”, “bará, bará”, “tchu, tcha”, “tchê, tchê” estão mais presentes nas musicas, do que em vocabulário de recém-nascido. O mais absurdo é que “canções” deste tipo sempre frequentam as paradas musicais, retratando a qualidade decadente e a falta de criticidade da população brasileira. Tentarei fazer uma analise superficial da música “É Nóis Fazê Parapapá”, para comprovar mais uma vez a falta desta qualidade.

“Você me provoca me alucina,
Desconcentra me apaixona e toda hora a gente se esbarra
Eu já cerquei os seus amigos,
Arranquei o seu sorriso, entrei na sua agenda de baladas
Você dançando e me puxando, descendo até o chão
Te pego forte, te dou um beijo e só tem uma solução
É nóis "fazê" Parapapá Parapapá Parapapá
Garrar, beijar, "fazê" Parapapá
É nóis "fazê" Parapapá Parapapá Parapapá
Garrar, beijar..."fazê" Parapapá
E se der mole eu vou pegar, te agarrar e te beijar
"Fazê" Parapapapapa”

     Apesar de falta de criatividade do compositor, não há grande problemas de construção das frases e sentido, mas dava para melhorar. Outro ponto relevante é visão da mulher que demonstra um comportamento vulgar, além uma alusão ao baile funk, mas não é sertanejo universitário? O refrão é o pior desta música, a mescla da linguagem coloquial com uma palavra inexistente, esta fazendo menções a atos sexuais que nos remete bem de longe um som onomatopeico, mostrando a falta de vocabulário desta letra. O que será passa na cabeça de um “compositor” para escrever isto? É desesperador ver que uma língua tão rica quanto a nossa aparecer limitada e precária em forma de música. Muitos podem dizem que é apenas uma música para diversão, mas o divertido não pode ter conteúdo? Músicas como “lê, lê”, “bará, bará”, “tchu, tcha”, “tchê, tchê” e “Parapapá” só vem mostrar o quanto nossa cultura está pobre. Pode ser que a cultura musical esteja ficando empobrecida, pelo fato do ensino estar falho e a formação crítica do individuo torna-se vulnerável a esta falha. Portanto, somos “obrigados” a “escutar” e “patrocinar” estes tipos de música, mostrando que para fazer sucesso não precisa ter conhecimento cultural, apenas uma vaga noção de rima e saber reproduzir os sons de recém-nascidos. 

Site de referência: www.vagalume.com.br

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Big Bang de Tarantino


       Hoje é o dia da grande festa do cinema americano e não poderia deixar de lado um dos filmes mais bacanas de Quentin Tarantino, depois Kill Bill. Com cinco indicações: melhor filme, ator coadjuvante, roteiro original, fotografia e edição de som, "Django livre" é um bang bang “fora” dos padrões. Podemos esquematizar o filme como: mocinho, bandido, duelos e donzela, típico do gênero, mas por retratar o racismo americano ele ganha uma característica incomum nos filmes deste segmento em que o mocinho é um escravo liberto. Djando (Jamie Foxx) destinado a encontrar Broomhilda (Kerry Washington) seu grande amor, aceita contribuir e trabalhar com Dr. King Schultz (Christoph Waltz) um caçador de recompensas alemão. O filme chega a fazer uma analogia a um conto de fadas alemão em que o príncipe busca libertar a princesa das garras de um dragão, que este podemos chamar de Calvin Candie (Leonardo DiCaprio) o dono de Broomhilda. Mais uma vez Tarantino mostra um cuidado com a trilha sonora e com os efeitos visuais, além do “banho de sangue” uma marca registrada de diretor que faz ponta, críticas ao racismo americano incluindo entre os próprios negros e ousa sempre com seu olhar inovador, invocando reflexões e admirações de mais uma grande obra da sétima arte. 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Lado bom da Vida

   Confesso que estranhei pela sinopse a indicação para o Oscar de melhor filme, diretor, atriz, ator e pensei comigo “tenho que ver assistir este filme!”.  Ainda bem que o assisti, com isto, recordei de um ditado popular “não julgue o livro pela capa”. Não acredito que leve a estatueta de por melhor filme, mas certamente é um bom filme de romance que retrata um clichê às “avessas”, para contar história de perdas e ganhos das personagens Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) e Tiffany (Jennifer Lawrence). Um obstinado a se redimir do passado e reconquista-lo enquanto o outro, neste caso Tiffany se propõem a ajuda-lo, mas acaba se apaixonando. O que o torna esta narrativa diferente das outras? O temperamento emocional e característico de cada um, gerando conflitos, situações inusitadas e até cômicas dando um diferencial a parte, sem deixar o tédio abater os espectadores. Também não posso descartar as grandiosas atuações de Robert De Niro e Jacki Weaver ambos indicados por atores coadjuvantes contribuindo nas 8 indicações que o filme conquistou para o Oscar deste ano. Resumindo, um filme com um extremo cuidado na trilha sonora, com atuações empolgantes e uma boa trama, justificando merecidamente as indicações recebidas. 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Uma obra "desbocada"


      Feliz Ano Novo é mais uma obra “desbocada” de Rubem Fonseca. Lançado pela primeira vez em 1975 o livro já foi censurado e recolhido durante a ditadura brasileira. Neste livro o autor vai traçando um perfil de classes no cenário carioca, a diversidade das personagens da classe alta e baixa vão contrastando conto após conto com uma visão de cultura, arrogância e perspectiva de vida. A violência, o sexo e o palavreado chulo compõem uma realidade vivida por todos, mas que ignoramos e nos fazemos de surpreendidos quando lemos determinado contexto exposto nesta obra. O “choque” desta leitura é a acida crítica do comportamento social em que nos identificamos ou compartilhamos, daí podemos começar a entender o autoritarismo do regime de 75 sobre o livro. A obra é um emaranhado de pequenos textos que exploram algumas estruturas da oralidade e escrita, ora formal, ora coloquial, com ricas descrições sem deixar espaço para o tédio e conduzindo sempre o leitor a uma reflexão no final de cada conto. O livro começa pelo violento conto “Feliz Ano Novo” e termina com “Intestino Grosso” uma espécie de desabafo sobre as críticas que um autor recebia por suas obras serem “pornográficas”. Sendo ou não o desabafo do próprio autor, “Intestino Grosso” discute qual seria o “verdadeiro” sentido da pornografia e com que devemos realmente nos preocupar. Portanto, “Feliz Ano Novo” tem uma crítica atual integrando sua importância para literatura brasileira, fazendo de Rubem Fonseca um gênio na arte da escrita que merece ser lido.  

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Edifício Wadia


A maior cidade da Índia serve de base para mais um romance da escritora Thrity Umrigar. Em “Um Lugar Para Todos”, a autora vai tecendo uma narrativa dos vínculos gerados pelos moradores do Edifício Wadia em Bombaim. A partir de uma festa de casamento vamos conhecendo os “pensamentos” das personagens, numa mescla de passado e presente que acontece no decorrer da festa. O leitor é conduzido a mergulhar na visão indiana da comunidade parse que compartilha de amores, desejos, felicidades, frustações, abusos, ganhos e perdas. Nesta obra Umrigar trabalha com a diversidade de peças, que vão se encaixando uma na outra para formar o cotidiano do Wadia e as relações de convivência entre seus moradores. Um ponto interessante é a construção das personagens femininas que possuem características “fortes”, sem perder a feminidade. Além dos resquícios da cultura britânica e os choques de ideais, no qual a Índia seria “melhor” quando colônia inglesa na visão dos mais velhos, batendo de frente com orgulho de viver num país livre, na visão dos mais jovens. Confrontos que só agregam o já temperado romance que também faz críticas sobre o crescimento da violência em Bombaim, bem como o transito caótico da cidade e a miséria da Índia. A estrutura simples de “Um Lugar Para Todos” faz da obra um celeiro de reações de amor, ódio e humor, causando reflexão e valorização do cotidiano, das pessoas, das coisas simples da vida. 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Um olhar de uma tragédia


   A Espanha nos últimos anos vem sendo um seleiro de obras primas da sétima arte. Depois do excelente filme “O Orfanato” de 2007, a parceria do diretor J.A. Bayona com roteirista Sergio G. Sánchez se repete novamente. Desta vez a narrativa retrata uma tragédia que atingiu a região da Tailândia. O ano é de 2004 quando uma família resolve passar o final de ano num paraíso. Quando uma onda gigante acabou com o lazer transformado em terror a visão deste local e desespero dos sobreviventes na busca por seus familiares vivos ou mortos. Por ser baseado em fatos reais “O Impossível” é uma obra que gera grande empatia para o espectador, que acompanha o drama de uma família atingida e separada pelo Tsunami. Numa constante busca de se reencontrarem Maria (Naomi Watts) e Henry (Ewan McGregor) vão compartilhando a destruição e a solidariedade do ser humano para com o próximo. Um sofrimento “rentável”, emocionante, que gerou para o filme vários prêmios e indicações, incluindo a de melhor atriz para Naomi Watts no Oscar de 2013, diga-se de passagem, merecida. 


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Falling In Love Again

      Depois de um jejum de quase 10 anos o músico, compositor, produtor e cantor sueco Eagle-Eye Cherry lançou no final de 2012 o seu sexto trabalho. O álbum é composto de 13 músicas inéditas que Cherry o batizou como “Can't Get Enough” e consequentemente virou o primeiro single de divulgação. Sobre o álbum o cantor comentou em seu site a confiança que obteve no processo de criação deste novo dele e como obteve um resultado satisfatório era hora de compartilhar com o público. O criador de hit’s como “Save Tonight”, “Falling In Love Again”, “Are You Still Having Fun?”, não desaponta neste recente projeto com letras indiretas e com certa ironia retratando a “complicada” forma de amar e se relacionar com o próximo. Portanto, qual seria o fator chave para escutar “Can't Get Enough”? Qualidade musical e uma voz inconfundível de Eagle-Eye Cherry seria uma resposta suficiente para perdemos  muito mais que três minutos escutando este álbum.   

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Pensamentos


Um mistério, um casarão, um barão.


    O suspense e o misticismo são dois elementos que agradam qualquer apaixonado pela leitura. Ainda mais agregados a aventuras, amor e esoterismo faz “O casarão de Samambaias” de Fergi Cavalca é uma trama que promete envolver o leitor do começo ao fim.  O autor contextualiza o leitor num período do apogeu do café no Vale do Paraíba, em que foi detentora de recordes nacionais desta produção agrícola. A narrativa desenvolve na cidade de Samambaias, em que há um mistério no casarão colonial que pertenceu ao barão de Monte Belo, um dos “barões do café”. O solar tem fama de mal-assombrado devido às mortes e o infortúnio de quem viveu nele. A trama inicia sua tessitura quando o jornalista José Matias compra da viúva de um militar a bela propriedade. Ciente da fama do casarão o jornalista reuni um pequeno grupo dentre eles um parapsicólogo e uma sensitiva, a fim de desvendar o mistério que circula aquela residência por mais de cem e cinquenta anos. A descoberta de uma terrível tragédia envolvendo o barão e sua família pode ser a chave de todo mistério, que só com a leitura de “O Casarão de Samambaias” podemos descobrir. 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Les Misérables

   Os Miseráveis é um dos maiores clássicos do escritor francês Victor Hugo, que pelas mãos competentes do diretor inglês Tom Hooper fez um dos filmes mais emocionantes que já vi. A competência de Hooper agregados a grandes estrelas como Anne Hathaway, Hugh Jackman, Russell Crowe e Helena Bonham Carter, rendeu para o filme oito indicações para o Oscar de 2013, entre elas o de melhor filme. A adaptação é uma “síntese” da obra literária que contextualiza a miséria em que se encontra do povo francês no começo do século XIX em meio a lutas, perseguições, redenções e amores. Um romance dramático que navega pelos distintos mares do amor dando um ritmo de justiça e injustiça, de acertos e erros, do qual o ser humano é conduzido a cometer.  O amor pela “lei”, o amor pelo próximo, o amor pela fé, o amor de pais, o amor por um país, o amor pela sobrevivência, o amor “platônico” e o amor pelo amor faz deste filme musical uma obra rítmica de emoções e reflexões sobre os nossos comportamentos, valores e amores.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Existe cultura boa e ruim?


    Incrível como vivemos debatendo o que é melhor ou pior dentro da cultura. Na verdade estas longas discussões não mudam nada, mas podem ajudar num momento de reflexão. Muitos criticam a qualidade de programação das emissoras brasileiras, entretanto se está lá é porque muita gente aprova. Assim, como as músicas que tenho a leve impressão de que quanto menos conteúdo, mas sucesso obterá. Bem como na literatura que muitos “cultos” enaltecem os clássicos e criticam os populares recordistas de vendas. Estes preconceitos tanto da minha parte como da sua são apenas formas de enxergar a vida cultural duma perspectiva diferente em relação ao outro. O que devemos valorizar é a busca interna de cada um para o seu desenvolvimento cultural, mesmo que uns optem por não “ampliar” o “intelecto” (pois cada um é dono do seu nariz), tudo deveria ser encarado com diversão, pratica e incremento. De fato a absorção cultural apresenta vários “níveis” e muitos nem passam do primeiro, nem por isto deveríamos criticar o “gosto” por determinado ritmo musical, livro, filme e etc., mas criticamos. Talvez por queremos partilhar uma coisa que acreditamos ser “melhor” em relação à outra. Contudo, o que me preocupa não é a diversidade cultural que estamos vivendo, o que me preocupa é a limitação desta cultura que a maioria vem apresentando, deixando de lado quem de fato tem talento. Pode ser um preconceito da minha parte para com a cultura “comercial”, mas a cada ano podemos notar o “rebaixamento” tanto no âmbito nacional, como no internacional. Portanto, acredito que não exista cultura boa ou ruim, o que existe é cultura limitada e ilimitada, cabendo cada um o direito de escolha. 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Menos de 16 dias para ganhar


O Blog em parceria com a Editora Gente vai sortear uma obra escrita pelo cientista militar e comandante chinês Sun Tzu há 2.400 anos. Confira a resenha do livro A Arte da Guerra, veja as regras, preencha o formulário e boa sorte.

REGRAS:

- Curtir a página do facebook da Editora Gente
- Curtir a página do facebook do Blog: Contos, Poemas,Críticas e Outras Bobagens
- Residir no território nacional – Brasil.
- A promoção é válida até às 20h do dia 13/02/2013 (Horário de Brasília). Resultado no mesmo dia.
- O sorteio será realizado via a ferramenta random.org.
- O contato será feito pelo facebook e o sorteado tem um prazo de até 02 dias para nos informar o nome e endereço completo
- O livro será enviado pela Editora Gente em até 30 (trinta) dias após o resultado da promoção.

* Regras sujeitas a alterações sem notificação prévia.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Oh Lá Lá!


    Esteman é mais um artista colombiano promissor. Músico, ator está atento às multiplicidades sonoras demonstrando em suas canções influências de épocas e culturas distintas. Com melodias pegajosas e carregadas de ironia, aborda temas como o amor, criticas politicas e sociais, que resultam num ritmo musical agradável e diferenciado do cantor. O cantor não se limita a conceituar apenas sua música, mas também em seu visual influenciado no “retrô” e o moderno, com muita originalidade totalmente perceptível em seus vídeos, como outros materiais de divulgação. O seu mais recente trabalho foi lançado em 2012 “1er Acto”, com participações de Andrea Echeverri, Monsieur Periné e Juan Pablo Veja. O álbum conta com 13 faixas, das quais, vale a pena escutar “Pobre Corazón”, “Aquí Estoy Yo”, “Oh Lá Lá”, “Robot” e “El Pimentón”. Outra música que não faz parte deste álbum, mas recomendo é “No te metas a mi facebook”.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Fuga


Preciso de tempo para me recompor
Dos risos, das vozes, que ouço a todo instante.

A loucura me consome e o sangue elevar-se
A ira dá-se as caras.

Num mordas discurso vociferando o direito
De um minuto, um minuto de silêncio.

Para minha mente caótica, atormentada,
Por seus risos, por sua voz, por sua irá.

Em desespero grito, grito socorro,
Na fuga de ti, fujo de mim.

Anna Karenina

   O diretor Joe Wright vem mostrando o seu bom gosto em fazer adaptações da Literatura para o cinema, depois de “Orgulho e Preconceito” um clássico de Jane Austen que recentemente completou 200 anos de publicação, ele mergulha na Rússia Imperial de 1874 para adaptar a obra de Liev Tolstói. Anna Karenina (Keira Knightley) é uma aristocrata da russa casada com Alexei Karenin (Jude Law), aparentemente um casal estruturado, cercados de luxo, popularidade e moral. Na ida para Moscou para resolver assuntos familiares conhece Conde Vronsky (Aaron Johnson), a partir deste momento a trama vai encaminhando para um caso extraconjugal. A história em si lembra vagamente outro clássico, “Madame Bovary” de Gustave Flaubert, por tratarem do amor idealizado pela mulher que na desilusão deste sentimento toma uma drástica atitude. Mas são apenas pequenas referências para uma grande obra russa que retrata, sobretudo, a sociedade aristocrata de São Petersburgo, além de menções ruralistas, que na obra literária de Tolstói devem estar mais contextualizadas. Colocando em questão o amor e a razão, o filme mostra que de certa forma um sobressai sobre o outro perante a sociedade de heranças machista, pois, a mulher quando ama é capaz de colocar em risco sua dignidade para vivenciar o amor que nem sempre o corresponde da forma esperada. Anna Karenina é um filme “teatral”, muito bem coreografado, com uma trilha sonora e figurino impecável, além do trabalho de fotografias, cores que encantam o espectador fazendo jus as indicações no Oscar deste ano nas categorias fotografia, trilha sonora original, figurino e design de produção.


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A Arte da Guerra


   A Editora Gente lançou recentemente uma nova edição d’A Arte da Guerra de Sun Tzu, com um diferencial no trabalho gráfico notado já na capa do livro, agregado ao excelente acabamento deste digno de uma grande obra oriental. Há 2.400 anos foi escrito em “treze mandamentos” a arte de guerrear e sair vitorioso nos conflitos. Apesar de ser uma obra voltada para estratégias militares, o livro possuí uma sabedoria que podemos tranquilamente adaptar para o nosso cotidiano. A objetividade de Sun Tzu vai conduzindo o leitor a refletir e elencar todos os prós e contras antes de entrar numa “batalha”. Além dos trezes capítulos em seu texto original este volume é incrementado pelas interpretações do General Chinês Tao Hanzhang, que a partir dos conceitos de Sun Tzu exemplifica com manobras militares da antiga China e outras do mundo moderno como a II Guerra Mundial, discutindo sobre as posturas tomadas nos conflitos e levantando pontos de contradição nos preceitos de Sun Tzu. Friamente analisando é um livro sobre guerras, politicas, estratégias, conflitos, observação, hierarquia e sabedoria, mas exatamente por estes pontos que a obra torna-se atual, pois são questões que lidamos em nossas vidas profissionais, sociais e até sentimentais. Segundo Sun Tzu “nenhuma guerra prolongada já beneficiou qualquer país”, quando os conflitos se arrastam por anos o desgaste físico é metal pode ser maior que a vitória de um ou outro lado. Saber a hora de recuar, de atacar, de confundir, de fazer acordos e tirar vantagens sobre o adversário, para Sun Tzu o que tiver maior domínio destas ações certamente sairá vitorioso. Uma obra adotada por varias nações faz de “A Arte da Guerra” um clássico, devido sua atemporalidade. 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O humor escrachado de Falabella

    Hoje estreia a nova série do Miguel Falabella, que pelas chamadas podemos notar várias influências da cultura latina. Nas composições de personagens excêntricos, por exemplo, pode até não existir uma inspiração direta, mas nos remete a personagens das obras do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, com visuais exagerados e características peculiares. Falabella já demonstrou uma forte ligação “latina” quando escreveu a novela “Salsa e Merengue” junto com a Maria Carmem Barbosa em 1996. Notado também em alguns episódios como no “Sai de Baixo” e “Toma Lá, Dá Cá” comprovando o grande talento para o humor e criação, “antenado” em outras culturas mesclando o dramalhão exagerado mexicano, com as excentricidades espanholas e a malandragem brasileira sobre tudo a carioca. Em “Pé na Cova” já pelo logotipo da série há uma referência mexicana com o curioso costume do país em celebrar os “Día de Muertos”, com grandes festas, caveiras ornamentadas, flores e muita comida, pois, segundo a tradição os mexicanos enfeitam suas casas para receber a visita dos parentes mortos neste dia. Diversão é o que não deve faltar na F.U.I. (Funerária Unidos do Irajá) em que a semelhança com a série americana “A Sete Palmos” fica apenas pelas famílias serem proprietárias de uma funerária. Além do próprio Falabella contracenando “Pé na Cova” conta com um elenco bem interessante: Marília Pêra, Lorena Comparato, Daniel Torres, Luma Costa, Mart’nália, Maurício Xavier, Karin Hils, Eliana Rocha entre outros. Com a expectativa de iniciar uma grande jornada humorística toda quinta feira de noite, resta esperarmos para ver se Miguel Falabella consegue repetir com excelência mais uma serie de humor escrachado. 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Justo Contigo


As lagrimas quando quente
Aliviam minha dor latente,
Abrindo caminhos
Em minha face arrependida,
Por exagerar mais do que devia.

O rosto rubro pelo sangue quente
Deixa de ser complacente.
Quando a boca vocifera
Dores acumuladas,
Na tentativa de aliviar
Pensamentos amargos
Construídos pelo tempo.

Com a respiração ofegante
Sem nem uma contraposição
Relutante, persisto
Impondo uma justiça,
Que nem sei se a pratico,
Conservando uma injustiça
Por achar que estou sendo
Justo contigo.




segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O Vale dos Mortos


      Uma jornada fantástica duma história impactante de terror; é o que promete o novo lançamento da Editora Baraúna. A obra de Rodrigo de Oliveira já chama atenção pela capa ousadamente aterrorizante, a ponto de provocar a curiosidade até dos não apreciadores do gênero terror. Esta narrativa desenvolve em uma antiga lenda Suméria que se torna realidade, com a descoberta de um novo planeta no sistema solar locomovendo-se em direção à Terra desencadeia um fenômeno único, devido sua aproximação, em que bilhões de pessoas metamorfoseiam em criaturas sedentas de sangue e carne, num estado irreversível de fúria psicótica. Neste contexto acompanhamos à luta desesperada duma família pela própria sobrevivência, surgindo dois líderes capazes de guiar os poucos sobreviventes no confronto contra os zumbis canibais. Ambientado em território nacional com passagem em outros países o autor de "O Vale dos Mortos" direciona a uma leitura eletrizante, com ações frenéticas e muita violência. O livro também aborda temas como liderança, trabalho em equipe, e a força de um jovem casal capaz de tudo para proteger seus filhos e amigos. Uma grande história de amor capaz de sobreviver a tudo, até mesmo o fim do mundo. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Suin a la colombiana


   Monsieur Periné é uma preciosidade da Colômbia que iniciou sua jornada musical tocando em bares, casamentos e festas privadas. Com o auxilio das redes social a banda conquistou um grande numero de admiradores impulsionando-os a marcar presença em grandes festivais colombianos. No ano passado eles lançaram o seu primeiro álbum “Hecho a Mano”, um nome bem sugestivo que facilmente pode ser associado com o visual alegre “folclore” e na influencia francesa, cigana, jazz e dos vastos ritmos latinos que estão presentes em suas musicas. A “poliglota vocalista” Catalina Garcíae os músicos Santiago Prieto, Camilo Parra, Nicholas Junca, Fabian Peñaranda, Miguel Guerra e Daniel Chebair costuram muito bem o espanhol, francês, português e o inglês nas canções do grupo, dando uma característica própria e ricamente cultural. O grupo se define com três palavras “alegria, magia e amor” e não tem como não senti-las escutando músicas como “La Playa”, “Suin Romanticon”, “Cou Cou”, “Sabor a Mi” e “Swing With Me”.